A passagem de Ange Postecoglou pelo Nottingham Forest foi abruptamente interrompida. O Treinador australiano foi demitido após apenas 40 dias e oito jogos no comando da equipe, um período considerado muito curto para implementar suas ideias e obter resultados.






Fim rápido de uma passagem conturbada
A decisão do proprietário Evangelos Marinakis, que deixou o estádio antes mesmo do apito final na derrota para o Chelsea, sinalizou o fim de um ciclo. A saída de Postecoglou, anunciada 18 minutos após o término da partida, evidencia o reconhecimento de um erro na contratação e a dura realidade que o Nottingham Forest enfrenta: uma luta contra o Rebaixamento.
A temporada, que prometia ser de celebração, transformou-se em um período de instabilidade. A chegada de Edu como diretor de futebol global para os clubes de Marinakis em julho parece ter sido um ponto de inflexão, desencadeando uma série de eventos que levaram à demissão. O antecessor de Postecoglou, Nuno Espírito Santo, ídolo da torcida por levar o time à Europa após 25 anos, não se alinhou com a nova gestão, culminando em uma separação.
Números desfavoráveis e desempenho em campo
Marinakis viu em Postecoglou um vencedor, após o sucesso do treinador com o Tottenham na Europa League. No entanto, os números recentes de Postecoglou são preocupantes: 31 derrotas nas últimas 51 partidas e apenas 35 pontos nos últimos 120 disputados. Defensivamente, o Nottingham Forest sofreu 18 gols sob seu comando, sem conseguir uma única partida sem ser vazado. No ataque, o time marcou apenas um gol em cinco jogos da liga.
Os primeiros sinais de alerta surgiram na Copa da Liga Inglesa, onde o Nottingham Forest sofreu uma virada surpreendente contra o Swansea, mesmo estando em vantagem. Na Liga Europa, a equipe voltou a expor sua fragilidade em bolas paradas, sofrendo uma derrota humilhante.
As três bolas paradas que resultaram nos gols do Chelsea no último sábado evidenciaram a ansiedade que, segundo Postecoglou, tomava conta dos jogadores. Em 11 jogos na temporada, o Nottingham Forest já perdeu sete, um número alarmante em comparação com a temporada anterior, quando alcançou a mesma marca apenas em fevereiro.
Futuro incerto e busca por um substituto
Jogadores como Morgan Gibbs-White e Chris Wood expressaram confiança em uma reviravolta, mas a falta de resultados concretos minava a esperança. A pressão sobre Postecoglou se tornou insustentável, especialmente antes do próximo compromisso pela Liga Europa contra o Porto.
A diretoria do Nottingham Forest já vinha buscando possíveis substitutos desde a derrota para o Midtjylland. Nomes como Sean Dyche, desempregado e com fácil acesso ao estádio, são considerados, assim como Marco Silva, atual técnico do Fulham, admirado por Marinakis, mas com um custo de rescisão considerável.
A próxima contratação é crucial para Marinakis. Um erro pode comprometer todo o trabalho de reconstrução. A torcida aguarda ansiosamente por uma definição que traga estabilidade e resultados para o clube.

Fonte: The Guardian